sexta-feira, 1 de junho de 2018

LEITURAS DO MÊS: Maio 2018


Olá. No começo de maio montei minha TBR com os livros que queria ler no mês (TBR de maio). Ela foi bem humilde, com apenas dois livros, mas falei que se desse tempo eu encaixaria outro livro para ler. E foi isso que aconteceu! Além dos dois livros da meta, li um outro bem fofo e divertido. Em maio minhas leituras foram intensas, e mesmo não tendo favoritado nenhuma delas, gostei muito das experiências. Você pode conferir o que eu achei de cada uma logo abaixo:


ME CHAME PELO SEU NOME | André Aciman | Intrínseca | Nota 4/5

"A casa onde Elio passa os verões é um verdadeiro paraíso na costa italiana, parada certa de amigos, vizinhos, artistas e intelectuais de todos os lugares. Filho de um importante professor universitário, o jovem está bastante acostumado à rotina de, a cada verão, hospedar por seis semanas na villa da família um novo escritor que, em troca da boa acolhida, ajuda seu pai com correspondências e papeladas. Uma cobiçada residência literária que já atraiu muitos nomes, mas nenhum deles como Oliver.

Elio imediatamente, e sem perceber, se encanta pelo americano de vinte e quatro anos, espontâneo e atraente, que aproveita a temporada para trabalhar em seu manuscrito sobre Heráclito e, sobretudo, desfrutar do verão mediterrâneo. Da antipatia impaciente que parece atravessar o convívio inicial dos dois surge uma paixão que só aumenta à medida que o instável e desconhecido terreno que os separa vai sendo vencido. Uma experiência inesquecível, que os marcará para o resto da vida.

Com rara sensibilidade, André Aciman constrói uma viva e sincera elegia à paixão, em um romance no qual se reconhecem as mais delicadas e brutais emoções da juventude. Uma narrativa magnética, inquieta e profundamente tocante." - Skoob

No post em que apresentei os livros da minha TBR de maio, eu disse que esperava ler esse livro em não mais de uma semana. Bom, isso não aconteceu, por um problema chamado ritmo de leitura e também altas expectativas não totalmente alcançadas. 

Eu gostei da narrativa do Elio, das metáforas, do olhar dele sobre as coisas, sentimentos e pessoas. É poética e tem um tom único, transbordando emoção e desejo. Eu gostei do Elio, mas não consegui me apegar completamente a ele e aos outros personagens, incluindo Oliver, pois me senti distante dele.

O livro é dividido em quatro partes e eu realmente fui tocada na última. Eu fui surpreendida pelo o que o autor reservou para aquelas páginas. Tem uma conversa/monólogo maravilhoso entre o Elio e seu pai nessa parte, sobre sentimentos e viver como você quiser.

É uma história de amor crua, bonita, onde as coisas acontecem lentamente, pois os sentimentos intensos, mas no início são controversos e há dúvidas e inseguranças, não começando com o desejo e o interesse muito claros, mas sim com implicância e curiosidade por parte do Elio.

Minha relação com essa história foi confusa. É meio louco, pois eu gostei do começo, de como o Elio estava contando sobre aquele verão, as pessoas, a casa, a rotina, Oliver. Então de repente eu não estava mais tão envolvida com o que estava acontecendo, e minha teoria é a de que apesar de gostar do modo como Elio narrava a história (eu já escrevi isso muitas vezes! HAHA), cheguei em um momento que entendi que como não era uma linguagem de YA (Young Adult - Jovem Adulto), não me senti tão conectada quanto queria estar.

Então acredito que isso tenha feito eu ler mais devagar, e mesmo gostando da narrativa do Elio, achei ela algumas vezes arrastada. Quando eu estava gostando da história, isso aconteceu na última parte, mas gostei muito mesmo do final.

Assisti ao filme no mesmo dia em que terminei o livro. Como eu já conhecia a história, estava com expectativas para a adaptação e gostei de como adaptaram, com o mesmo clima do livro, porém não temos o Elio nos contando a história, e isso foi muito bom no livro, pois estamos na cabeça dele, com ele nos mostrando seus sentimentos, pensamentos, medos e inseguranças.

A parte quatro que eu tanto gostei no livro, foi completamente mudada no filme, fazendo os últimos 30 minutos serem bem diferentes. Então não gostei dessa mudança, mas também não desgostei muito do final.

Eu queria muito ler esse livro, e mesmo não tendo ficado completamente presa à história, eu gostei muito de conhecê-la e também de assistir ao filme, que nos mostra o relacionamento entre duas pessoas, seus sentimentos, o quanto podem crescer uma com a outra. É um livro que fala sobre sentimentos, descobertas, inseguranças, amizade, amor, crescimento, aprendizado. E sabe uma coisa bacana? Essa foi a minha experiência de leitura com esse livro, e eu sei que existem opiniões diferentes da minha, pessoas que amaram a história, e isso é maravilhoso, pois é normal acontecer.


É ASSIM QUE ACABA | Colleen Hoover | Galera Record | Nota 4.5/5

"Lily nem sempre teve uma vida fácil, mas isso nunca a impediu de trabalhar arduamente para conquistar a vida tão sonhada. Ela percorreu um longo caminho desde a infância, em uma cidadezinha no Maine: se formou em marketing, mudou para Boston e abriu a própria loja. Então, quando se sente atraída por um lindo neurocirurgião chamado Ryle Kincaid, tudo parece perfeito demais para ser verdade. 

Ryle é confiante, teimoso, talvez até um pouco arrogante. Ele também é sensível, brilhante e se sente atraído por Lily. Porém, sua grande aversão a relacionamentos é perturbadora. 

Além de estar sobrecarregada com as questões sobre seu novo relacionamento, Lily não consegue tirar Atlas Corrigan da cabeça — seu primeiro amor e a ligação com o passado que ela deixou para trás. Ele era seu protetor, alguém com quem tinha grande afinidade. Quando Atlas reaparece de repente, tudo que Lily construiu com Ryle fica em risco. Com um livro ousado e extremamente pessoal, Colleen Hoover conta uma história arrasadora, mas também inovadora, que não tem medo de discutir temas como abuso e violência doméstica. Uma narrativa inesquecível sobre um amor que custa caro demais." - Skoob

Essa mulher sabe contar uma história impactante. E ao mesmo tempo que a escrita é envolvente, o que lemos não é nada bonito. É pesado e desagradável. Claro que ela constrói cenas fofas, românticas e engraçadas também, que nos fazem derreter com a química e os diálogos.

Tentei não julgar a Lily, não ficar com raiva dela quando refletia e colocava a culpa em si mesma. Eu estava de fora da situação, e a autora conseguiu construir a violência doméstica de uma maneira que fiquei me perguntando como isso pode acontecer, mas ao mesmo tempo assistindo a tudo e não julgando a protagonista e suas questões.

Alyssa é uma das melhores personagens do livro. Ryle tem seus momentos fofos e românticos, mas não gostei dele desde o começo. Não me apeguei tanto a Lily, mas gostei dela, de seu humor, seus sonhos, do modo como nos contou sua história com Atlas, sua adolescência, o relacionamento dos pais, sua relação de amizade com Alyssa, como as duas se deram bem e como havia cenas engraçadas com as duas.

Durante a leitura fui surpreendida algumas vezes com certas cenas e revelações. Mesmo lendo sobre algo tão horrível que é a violência doméstica, foi uma leitura necessária para conhecer essa realidade, apesar de ter ficado chocada, desconfortável e indignada com toda a situação.

Percebi que os livros da autora me deixam ansiosa, pensando no que pode acontecer, se vai terminar bem, criando teorias sobre o final. Então é melhor eu não ler nada dela por um tempo.

A leitura desse livro foi uma experiência marcante, ainda mais lendo a Nota da Autora. Gostei muito do final, das escolhas e dos diálogos decisivos.



À PRIMEIRA VISTA | David Levithan e Nina LaCour | Galera Record | Nota 5/5

"Esqueça amor “à primeira vista”. Esta é uma história de amizade “à primeira vista”... ou quase. Mark e Kate são da mesma turma de cálculo, mas nunca trocaram uma única palavra. Fora da escola, seus caminhos nunca se cruzaram... Até uma noite, em meio à semana do orgulho gay de São Francisco. Mark, apaixonado pelo melhor amigo — que pode ou não se sentir do mesmo jeito —, aceita o desafio que mudará sua vida. E sobe no balcão do bar em um concurso de dança um pouco diferente... Na plateia, Kate, fugindo da garota que ela ama a distância por meses e confusa por não se sentir mais em sintonia com as próprias amigas, se encanta pela coragem e entrega do rapaz. E decide: eles vão ser amigos. Em meio a festas exclusivas, fotógrafos famosos, exposições em galerias hypadas, essa ligação se torna cada vez mais forte. E Mark e Kate logo descobrem que, em muito pouco tempo, conhecem um ao outro melhor que qualquer pessoa. Uma história comovente sobre navegar as alegrias e tristezas do primeiro amor... uma verdade de cada vez." - Skoob

A leitura desse livro foi leve, fluida, divertida e cheia de representatividade. Conta uma história para se identificar, se divertir e achar fofo. Fala sobre amizade, amor, insegurança, descoberta, orgulho, coragem, celebração do amor, medo, futuro.

Cada protagonista, Mark e Kate, tem uma questão para resolver, algo para refletir sobre e enfrentar o problema, o medo. Mas os dois também ajudam um ao outro, se apoiam. Os dois se conhecem de um jeito muito inusitado e divertido, e eu amei a conexão que estabelecem já no primeiro instante.

Os diálogos são muito bons e a história se passa em uma semana, o que torna a leitura rápida e agradável, e faz o leitor se importar com os personagens, mesmo você se identificando ou não, pois eles são humanos, cometem erros, magoam, têm inseguranças e defeitos, e é exatamente por isso que mergulhamos na história e no final, sentimos falta dela.

A representatividade é tão linda e divertida nesse livro. Tem piadas, cores, orgulho, amor, e é tudo tão natural. Personagens gays e lésbicas, vivendo, descobrindo o amor, sofrendo, passando por problemas e inseguranças e sem ninguém fazendo mal a eles ou falando besteiras preconceituosas. Gostei muito do fato de não haver preconceitos e julgamentos por parte da sociedade. Os personagens passam por momentos tristes, não pelo preconceito dos outros, e sim pelo o que estão passando dentro de si mesmos.

Mark sempre foi apaixonado pelo melhor amigo, com quem tem um relacionamento escondido, pois Ryan não saiu do armário e não leva a sério essa relação amorosa. Ele tem esperanças de dizer a ele o que sente e ser correspondido. Kate está com medo de começar um relacionamento com Violet, prima de Lehna, sua melhor amiga. Ela finalmente vai conhecer a garota, mas vive fugindo. E ainda tem o fato de ela estar apavorada em terminar o Ensino Médio e encarar o futuro. Ela está se afastando das amigas também, por conta de seus medos e dúvidas.

Adoro o clima e a linguagem de livros YA e LGBTQ+. Me sinto bem lendo sobre jovens e suas descobertas. São leituras leves mas que abordam assuntos importantes para jovens. Sabemos que vai terminar bem, e queremos que os protagonistas sejam felizes e que no final se encontrem em sua jornada.

Abraços e até a próxima!

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