quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Livro: A menina que roubava livros - Markus Zusak


Título original: The Book Thief
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Páginas: 384 (edição econômica)
Ano: 2007
Nota: 5/5 + 

"Quando a Morte conta uma história,
você deve parar para ler."

Sinopse (Intrínseca): A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.

Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a convivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público.


" - EIS UM PEQUENO FATO -
Você vai morrer." 
(página 8)



Markus Zusak escreve incrivelmente bem. A Morte está fantástica narrando. Ela é sarcástica, divertida, dramática, profunda e verdadeira. Isso foi muito interessante e criativo. A narrativa às vezes era poética e gostosa de ler em voz alta. A Morte me deixou curiosa, várias vezes com um sorriso no rosto e também um aperto no coração. Os últimos capítulos da parte dez me deixaram imensamente triste.

Há trechos alegres. Mas também há trechos tristes. Em um momento estava rindo com Liesel e Rudy, e em outro estava lendo atentamente palavras tocantes.

"Andou até o começo e fez tudo de novo, dessa vez muito mais devagar, com a mão virada para frente, deixando a palma sentir o pequeno obstáculo de cada livro. Parecia magia, parecia beleza, enquanto as linhas vivas de luz brilhavam de um lustre. Em vários momentos, Liesel quase puxou um título do lugar, mas não se atreveu a perturbá-los. Eram perfeitos demais." (página 97)

Algo que achei superlegal, foi que a Morte, às vezes, trazia acontecimentos do final para o meio da história, me deixando às vezes bastante aflita. O autor tem uma maneira linda de escrever. Ele escolhe palavras únicas, cria diálogos sinceros, descrições simples, observações muito, muito interessantes, e cria uma belíssima, porém triste, história. Tudo funcionou bem. O livro tem um ritmo muito bom, sem nenhum momento chato.



Muitos dos personagens são realmente adoráveis. Liesel, Hans, Rosa, Rudy e Max me conquistaram logo que apareceram. Se tornaram muito especias. Achei interessante, que outros personagens, apesar de serem secundários, se tornaram importantes para mim e me vi emocionada com eles.

" - Está com fome? - perguntou Rudy.
- Faminta - fez Liesel. Por um livro." (página 207)

Liesel é uma menina corajosa, inteligente e que sente um grande amor pelas palavras. Eu amei, amei, amei isso. Ela é adorável. Hans é... um grande homem e também um grande pai. Rosa é uma boa mãe, que demonstra seu amor nos momentos certos. Rudy é demais. Ele é fofo, corajoso e esperto. Max me deixou surpresa e com saudades. Gosto demais dele.

"Doido ou não, Rudy sempre esteve destinado a ser o melhor amigo de Liesel. Uma bolada de neve na cara é, com certeza, o começo perfeito de uma amizade duradoura." (página 36)



A menina que roubava livros foi o primeiro livro lido, que tem como fundo, a Segunda Guerra Mundial na Alemanha. Mas foi tudo colocado com uma simplicidade incrível, então não cheguei a ficar confusa.

Já tinha assistido ao filme com a minha irmã, e assim que terminei de ler o epílogo, coloquei o filme para assistir novamente. É lindo e tocante, com atuações maravilhosas e um ótimo cenário, assim como uma ótima caracterização dos personagens. Sabe quando você já assistiu a adaptação de uma obra, e então lê o livro e fica esperando certo momento chegar? Isso aconteceu comigo e A menina que roubava livros.


Adoro a Rua Himmel, seus moradores, suas histórias e a Sacudidora de Palavras. A menina que roubava livros é uma obra para se saborear. Ler atentamente cada parágrafo, conhecer os personagens criados tão bem pelo autor e apresentados tão amigavelmente pela Morte.

"É só uma pequena história, na verdade, sobre, entre outras coisas:
* Uma menina
* Algumas Palavras
* Um acordeonista
* Uns alemães fanáticos
* Um lutador judeu
* E uma porção de roubos

Vi três vezes a menina que roubava livros." (página 9)

A capa desse livro é maravilhosa. Ela te chama e pede para o livro ser aberto e para você conhecer a história da roubadora de livros. É simplesmente linda. Além da guerra, fala sobre amizade, amor, a necessidade das palavras e sobrevivência. Leiam!

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