sábado, 10 de março de 2018

LEITURAS DO MÊS: Fevereiro 2018


Olá. O meu ritmo de leituras está bastante lento esse ano, diferente do ritmo de compras de livros, porque esse está bem acelerado (HAHA). Porém estou fazendo leituras um tanto inesperadas e em fevereiro tive a minha primeira história favorita de 2018. Li dois livros, um jovem adulto contemporâneo e uma fantasia nacional. Foram leituras muito, muitos boas e você confere tudo o que achei sobre elas logo abaixo:


OS 27 CRUSHES DE MOLLY | Becky Albertalli | Intrínseca | Nota 5/5 + 

"Molly já viveu muitas paixões, mas só dentro de sua cabeça. E foi assim que, aos dezessete anos, a menina acumulou vinte e seis crushes. Embora sua irmã gêmea, Cassie, viva dizendo que ela precisa ser mais corajosa, Molly não consegue suportar a possibilidade de levar um fora. Então age com muito cuidado. Como ela diz, garotas gordas sempre têm que ser cautelosas.

Tudo muda quando Cassie começa a namorar Mina, e Molly pela primeira vez tem que lidar com uma solidão implacável e sentimentos muito conflitantes. Por sorte, um dos melhores amigos de Mina é um garoto hipster, fofo e lindo, o vigésimo sétimo crush perfeito e talvez até um futuro namorado. Se Molly finalmente se arriscar e se envolver com ele, pode dar seu primeiro beijo e ainda se reaproximar da irmã.

Só tem um problema, que atende pelo nome de Reid Wertheim, o garoto com quem Molly trabalha. Ele é meio esquisito. Ele gosta de Tolkien. Ele vai a feiras medievais. Ele usa tênis brancos ridículos. Molly jamais, em hipótese alguma, se apaixonaria por ele. Certo?

Em Os 27 Crushes de Molly, a perspicácia, a delicadeza e o senso de humor de Becky Albertalli nos conquistam mais uma vez, em uma história sobre amizade, amadurecimento e, claro, aquele friozinho na barriga que só um crush pode provocar." - Skoob

Eu amei muito esse livro. Sabe quando você sente que está lendo um livro incrível desde a primeira página? Então! A escrita fluida, o tom de humor da história e os personagens adoráveis da autora me conquistaram no primeiro capítulo. Os diálogos são incríveis e é difícil não rir lendo. É um livro que te dá um quentinho no coração.

Me identifiquei muito com os pensamentos e sentimentos da Molly. Ela é maravilhosa. A relação entre irmãs, as questões que Molly levanta sobre como as duas, com o tempo, seguirão com suas vidas e se afastarão, me tocou bastante, pois lembrei do forte laço que tenho com minha irmã mais velha.

A representatividade é colocada de forma sutil e isso foi incrível. É um livro que transborda diversidade. É fofo, engraçado, emocionante e tem uma das famílias mais incríveis e divertidas da literatura. É uma história gostosinha de acompanhar e muito bem escrita, e que me trouxe aquela sensação de borboletas no estômago. E eu adoro isso. Favoritado e recomendado!


CAÇADORES DE BRUXAS | Raphael Draccon | Dragões de Éter #1| Leya | Nota 4/5

"Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. 

Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas. 

Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer... 

Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.

E mudará o mundo." - Skoob

O começo dessa leitura foi bem difícil. Foi arrastado e confuso. É um livro introdutório, apresentando o mundo, os personagens, os cenários, as histórias passadas dos personagens, elementos, detalhes, etc. Porém valeu muito a pena ter passado pelos primeiros capítulos de apresentações e explicações, para, enfim, ser fisgada.

Não me apeguei a nenhum personagem, que são muitos, mas sim com o que estava acontecendo a cada um e a maneira como se encontraram durante a trama. Claro que perto do final eu não queria que alguns deles morressem e torci por eles. Também fiquei empolgada com os mistérios que foram aparecendo, o desenrolar que a partir da página 150 começou a ficar bem bacana. Às vezes voltava a ficar lento, porém eu estava bem mais imersa na trama. Fiquei intrigada e aos poucos a história foi ficando mais e mais instigante e interessante. 

A sinopse revela pouquíssimas coisas. E isso foi maravilhoso. O autor expandiu as histórias e características de personagens tão bem conhecidos por nós. Ele tem uma narrativa diferente, que por vezes é leve e fluida, como uma conversa, onde ele vai te contando e explicando coisas. Mas às vezes ficava arrastada e eu queria passar as páginas.

Mas além da narrativa e a forma como conduz a história, o grande diferencial é o fato do autor ter ressignificado os contos de fada, apesar de ter mantido alguns detalhes das histórias tradicionais, e isso foi incrível. Ele colocou no mesmo mundo, por exemplo, Chapeuzinho Vermelho, que na história se chama Ariane, e João e Maria, os irmãos Hanson.

É tudo muito bem pensado, bem construído e amarrado. É um mundo que ao mesmo tempo que possui elementos já conhecidos de histórias de fantasia, também tem algo de original. Acho que os personagens e suas particularidades, os diálogos, cenários e surpresas durante a trama narrada tiveram um tom diferente.

Penso que ao mesmo tempo em que já li algo assim outras vezes, também conheci um mundo que foi criado justamente para surpreender com singularidades que só Raphael Draccon saberia criar. 

Mesmo sendo um mundo fantástico, senti que algumas passagens da narrativa eram sutis (mas nem tão sutis assim) tapas na cara da sociedade. É uma história de perdas, fé, magia, amor. Mas também mostrou o lado sombrio e cruel do ser humano, o quanto ele pode errar, fazer más escolhas, não ter caráter, não empregar valores, não ter sentimentos. E senti, pelo menos foi o que pensei, ter lido pequenas críticas à sociedade, justamente sobre isso: o homem e sua crueldade para com os outros e ao ter poder nas mãos se achar superior.

O autor conta no prefácio do livro que Nova Ether não está localizada em algum lugar, mas sim que existe em nossas mentes, e nós que damos vida a esse mundo.

Abraços e até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário