quinta-feira, 30 de abril de 2015

Livro: A Cura Mortal - James Dashner


A Cura Mortal é o último livro da trilogia Maze Runner. Se você não leu Correr ou Morrer e Prova de Fogo, sugiro que não leia essa resenha pois ela contém spoilers. Mesmo assim, boa leitura!

Maze Runner #3
Título original: The Death Cure
Autor: James Dashner
Editora: Vergara & Riba
Páginas: 365
Ano: 2012
Nota: 4/5

"CONSPIRAÇÕES
SEGREDOS
REVELAÇÕES"

Sinopse (Vergara & Riba): Por trás de uma possibilidade de cura para o Fulgor, Thomas irá descobrir um plano maior, elaborado pelo CRUEL, que poderá trazer consequências desastrosas para a humanidade. Ele decide, então, entregar-se ao Experimento final. A organização garante que não há mais nada para esconder. Mas será possível acreditar no CRUEL? Talvez a verdade seja ainda mais terrível... uma solução mortal, sem retorno.

"Não se importou. Só queria deixar aquele lugar. E a fuga estava a um passo deles." 
(página 106)



Nunca sei como começar a resenha do último livro de uma série ou trilogia. Sei que minhas resenhas não são as melhores do mundo e que às vezes coloco muitos sentimentos nelas. Mas é exatamente assim que consigo me expressar.

As minhas expectativas para A Cura Mortal eram altas. Eu estava cheia de suposições na cabeça, e claro, queria muito que elas se realizassem.

Acredito que o último livro da trilogia tenha vários pontos negativos. O grande foco da minha decepção foi que eu esperava mais de A Cura Mortal. Muito mais. Os vinte primeiros capítulos me deixaram desanimada quanto ao rumo da história. Às vezes algumas revelações me empolgavam, mas depois continuava o mesmo. Thomas me desapontou diversas vezes e também me fez ficar com raiva dele. Ok, ele foi corajoso, lutou, teve esperanças.

"O medo do desconhecido não o controlava mais. A esperança havia encontrado seu caminho e tomara conta dele." (página 144)

A ação nesse livro é diferente, contendo mais vingança, sofrimento, violência, sangue. Mas também tem seus momentos calmos. Nessas cenas mais paradas parecia que as coisas se estendiam, e assim os capítulos passavam e nada do que imaginei acontecia. Parecia que quando os personagens estavam fazendo alguma coisa, podiam muito bem estar fazendo outra mais produtiva para o desfecho da história.



Todas as mortes que ocorreram durante a trilogia me abalaram, mas duas que estão em A Cura Mortal simplesmente esmagaram meu coração. Sério, James Dashner me surpreendeu matando certos personagens e ainda não o perdoei nem superei.

Esse foi o livro que mais sofreu nas minhas mãos. Sério, eu queria jogar ele na parede e esbofetear o James. Ele não tem dó.

Bom, apesar das decepções com A Cura Mortal, gostei de várias cenas, diálogos, revelações, planos e alguns personagens me conquistaram por inteiro. Gostei do fato de ainda existirem cidades com alguma população.

Sabe aquele final que é bom, mas ao mesmo tempo não é o que você queria? Tive essa sensação quando acabei A Cura Mortal. E algumas informações nele me fizeram entender o segundo livro e concluir que Prova de Fogo foi tudo uma mentira.

"(...) parecia estar à beira de um penhasco, de cujas profundezas as respostas viriam à tona, a qualquer instante, para que as compreendesse por completo. A urgência em obter as respostas era quase perigosa demais para continuar olhando dali o desfiladeiro." 
(página 15)

Maze Runner é confuso, curioso e instigante. A escrita do James Dashner é ótima, a narrativa em terceira pessoa é perfeita, seus personagens são inteligentes, corajosos e passam por muita, muita coisa. O romance é realmente irrelevante e não me animou em nada.

Terminar um livro é ao mesmo tempo algo feliz e triste. Posso dizer que fiquei triste lendo A Cura Mortal. James Dashner partiu meu coração em vários momentos.

A PARTIR DAQUI ESCREVI PARÁGRAFOS QUE REVELAM MUITOS SPOILERS. ENTÃO SÓ ROLE A PÁGINA SE VOCÊ JÁ LEU A TRILOGIA INTEIRA. VAMOS LÁ!



A minha frustração começou com Thomas não querendo ter sua memória de volta. Ok, eu até entendi ele, mas isso me consumiu a leitura toda. Apesar de alguns sonhos trazerem lembranças, eu queria muito saber mais sobre o Thomas de antes. E sobre os outros também. Newt e Minho também se recusaram a ganhar suas lembranças de volta. Teresa aceitou, mas mesmo assim nada é revelado para o leitor.

Então descobrimos que Newt não é um Imune. Ele tem o Fulgor e irá alcançar a Insanidade. E tem aquela cena em que ele pede, por favor, para Thomas atirar nele. Meu Deus. Eu já não estava bem lendo que o Newt era um Crank, então o garoto pede uma coisa dessas. Vivo ele sofreria do mesmo jeito, até pior, mas foi uma morte muito triste.

E o Gally voltou. Confesso que gostei muito dessa volta. Ele está arrependido do que fez, mesmo tendo sido o CRUEL controlando ele. Ele quer ajudar e está por dentro do plano. Tem um capítulo em que ele explica várias coisas e que é um dos meus favoritos.

Então Thomas volta ao CRUEL como parte do plano, e comecei a pensar: "Thomas vai morrer. As esperanças acabaram". Mas não. A carta e o mapa da Chanceler Ava Paige me surpreenderam. Então eles voltam ao Labirinto, que vai ao chão por causa das explosões do Braço Direito. E esse Braço Direito não era tudo que eu pensava.

Então acontece a morte que mais me abalou. Está bem que em Prova de Fogo ela me deixou bem desconfiada, mas meu Deus James Dashner, você tinha que matar a Teresa? Sinto que não vou superar nunca a morte dela.



O último capítulo de A Cura Mortal não é o fim, e sim um RECOMEÇO. É um momento de paz. De poder respirar e dizer TUDO ACABOU. Eles perderam amigos pelo caminho, perderam sua liberdade, passaram por perigos extremos, foram corajosos, testaram sua lealdade, ultrapassaram limites, sofreram, lutaram, correram, choraram. Mas chegaram a algum lugar para poderem viver. Pois eu sentia o tempo todo que eles não tinham um lar. Meu Deus, eles foram testados, mentiram para eles. Era sufocante. Aquilo tinha que ter um fim.

"Era o fim, bem ali, bem agora." (página 306)

Mas ao mesmo tempo que eles se salvam, o mundo continua o mesmo. O título desse livro não condiz em nada com o que realmente acontece, com o rumo que o James Dashner escreveu para os personagens. Não há cura.

Foi difícil ler esse livro. Teve seus momentos realmente bons e as partes que me desapontavam. Foi muito frustrante ler os últimos capítulos, estar bem pertinho do fim, e me dar conta de que nada, nada mesmo do que eu imaginava para a história estava acontecendo.

As descrições das destruições, as fugas, a correria, as mortes, foi tudo muito duro e chocante.

"O CRUEL fizera aquilo com ele. O CRUEL lhe tirara a vida, e a dos amigos, e os usava agora para qualquer propósito que julgasse necessário. Não importavam as consequências." (página 9)



James Dashner fez um ótimo trabalho nessa trilogia. Se me perguntassem o que os livros me passaram ou o que eles trazem para a sociedade de hoje, eu diria o seguinte: Maze Runner me mostrou trabalho em equipe, esperança em viver, lutar para não ser controlado por outras pessoas, uma organização ou mesmo tecnologias, ou seja, ter suas próprias opiniões. Amizade é um detalhe muito bacana nessa trilogia. Os laços que se formam desde o primeiro livro são inspiradores na minha opinião.

"Desde que Thomas entrara no Labirinto, Newt estivera a seu lado. Até aquele momento, Thomas não havia percebido ainda a força daquela amizade. Seu coração estava ferido." (página 221)

Enfim, Maze Runner é uma trilogia genial e viciante, com seus pontos fracos em A Cura Mortal, mas também com cenas de tirar o fôlego. É uma saga incrível e eu recomendo muito.

Gosto muito das capas dos livros. Minha favorita é a de Correr ou Morrer. Gosto também do trabalho gráfico dos livros, pois contribui para uma leitura prazerosa. Meu livro favorito é Prova de Fogo, apesar do que escrevi lá em cima. Li logo depois de A Cura Mortal, Arquivos. Nesse livro, que é bem rápido de ler, encontrei informações muito interessantes sobre o CRUEL. Não vou fazer resenha dele, mas vale a pena ler.  Agora quero muito ler Ordem de Extermínio, um prequel que se passa quinze anos antes, porém não sei quando poderei comprar.

"Pela primeira vez na vida, sentia-se livre e seguro, por mais difícil que fora chegar até ali."
(página 361)

Abraços!

Nenhum comentário:

Postar um comentário